terça-feira, 19 de julho de 2011

Vou-me embora pros anos 60...

Outra atividade solicitada no semestre passado foi a produção de um texto que dialogasse com "Vou-me embora pra Pasárgada", de Manuel Bandeira. O meu pode ser lido abaixo:


VOU-ME EMBORA PROS ANOS 60...
Vou-me embora pros anos 60. Lá eu posso ouvir o Rei cantando seu rock n' roll. Dançar eu sei que irei. Vou-me embora pros anos 60... vou-me embora pros anos 60...
No presente, eu não tenho os Reis do Iê-iê-iê pra adoçar os meus ouvidos durante as matinês.
Nos anos 60, há aventuras que não encontro por cá. Há inúmeras novidades com as quais se espantar: o homem vai para o espaço, um coração é transplantado, a Tupi transmite em cores, o MASP é inaugurado.
Há a explosão da juventude, a literatura de Kerouac, os movimentos de cinema e o teatro de vanguarda, idealismo e entusiasmo, lutas e contracultura. 
Vou-me embora pros anos 60...
Com Marilyn vou cantar "Happy Birthday, Mr. President". Como estudante, vou lutar contra a ditadura militar. Audrey Hepburn, Hitchcock, Buarque, Kubrick e Tom Jobim: todos quero conhecer, isso vai ser bom pra mim.
E quando tiverem início a Guerra Fria e a do Vietnã, as mortes de Kennedy e Luther King, jamais eu me entregarei. Músicas do Rei ouvirei e, então, relaxarei.
Vou-me embora pros anos 60...

terça-feira, 12 de julho de 2011

Higiene Hospitalar

        Entre os trabalhos da faculdade, as criações textuais e a alimentação do blog e do site, também faço alguns trabalhos de produção audiovisual (fiquem à vontade para encomendar os seus). Um deles pode ser visto abaixo. 
        Minha cunhada e eu elaboramos um projeto sobre Higiene Hospitalar. O texto é dela; a revisão textual, a edição, a produção, a pós-produção, a sonorização e a locução foram feitas por mim. Comentem.




REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA (ANVISA). Apostila de Saneantes para Treinamento de Gerentes de Risco. Disponível em: <www.anvisa.gov.br/divulga/sentinelas/curso_gerentes.htm>. Acesso em: 10 e jul. 2010.
BRASIL. Ministério da Saúde. Coordenação de Controle de Infecção Hospitalar. Processamento de Artigos e Superfícies em Estabelecimentos de Saúde. 2ª ed. Brasília/DF. 1994.
FERRAZ. Edmundo Machado. Manual de Controle de Infecção em Cirurgia. São Paulo: EPU, 1982. 346p.
HINRICHSEN, Sylvia Lemos. Biossegurança e Controle de Infecções. Risco Sanitário Hospitalar. Petrópolis/RJ: Medsi, 2004.
MOZACHI, Nelson; SOUZA, Virginia Helena Soares de. O Hospital: Manual do Ambiente Hospitalar. 2ed. Curitiba: Manual Real, 2005. 816p.
OLIVEIRA, Adriana C.; ALBUQUERQUE, Claudio P.; ROCHA, Lúcia C. Infecções Hospitalares - Abordagem, Prevenção e Controle. Belo Horizonte: Medsi, 1998.
PEREIRA, Milca Severino; et al. Infecções Hospitalares e seu Controle: Problemática e o Papel do Enfermeiro. Revista da Escola de Enfermagem da USP, São Paulo: 27 (3): 355-361. 1993.
PEREZ, Maurício de Andrade. Conceitos Básicos em Epidemiologia para CCIH. In: Manual de Controle de Infecções Hospitalares do HGB. Disponível em: <http://hgb.rj.saude.gov.br/ccih/>. Acesso em: 15 de jan. 2007.
SMELTZER, Suzanne C.; BARE, Brenda G.. Tratamento de Enfermagem Médico-Cirúrgica. Tradução de Brunner & Suddarth. 10ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005.
WEBER DJ; RUTALA WA. The Environment as a Source of Nosocomial Infections. In: Wenzel RP. Prevention and Control Infections. 4th ed., Philadelfia, Lippiincott Willians & Wilkins, 2003; p. 575-597.
ZANON, Uriel; MARANGONI, Denise Vantil. Complicações Infecciosas Hospitalares. In: SCHECHTER, Mauro; MARANGONI, Denise Vantil. Doenças Infecciosas: Conduta Diagnóstica e Terapêutica. 2 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1998. 656p. 

sábado, 9 de julho de 2011

Adaptação Teatral de "O Morro dos Ventos Uivantes"

 

Adaptação teatral de "O Morro dos Ventos Uivantes", de Emily Brontë, para a disciplina de Metodologia de Ensino. Foi bem divertida a experiência de roteirizar a adaptação para clown, ensaiar, apresentar (acima) e ainda editar o vídeo posteriormente, como cinema mudo (abaixo).


  

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Memórias Póstumas de um Bacalhau

Outra proposta do professor de Leitura e Produção Textual I, no semestre passado, foi a criação de um texto sobre a Páscoa, que deveria ser feito em grupo. A nossa equipe tinha seis integrantes: Diana G. Montenegro, Gabriel M. Barros, Michelle A. Reis, eu, Renata Tristão e Sonia Ribeiro. Nós nos entendemos muito bem, todos tiveram excelentes ideias, e o resultado pode ser lido abaixo.



 MEMÓRIAS PÓSTUMAS DE UM BACALHAU
     Nas profundezas das águas geladas da Noruega, eu nadava despreocupado. Todos os meus dias eram iguais: eu nadava, comia e apreciava as "bacalhoas", que desfilavam para cá e para lá.
     Um dia, porém, as coisas estavam prestes a mudar. Meus amigos e eu estávamos em uma festa quando, de repente, algo estranho nos envolveu e começou a nos puxar para o alto. Tentávamos escapar, o tumulto era geral. Aquela coisa continuou a nos erguer até estarmos fora da água. Vimos seres estranhos, sem escamas, que respiravam na superfície: eram seres humanos! 
     Eles nos colocaram num lugar onde a água estava empedrada e mais fria que as águas em que vivíamos. Eu me debatia muito e logo senti a vida esvair-se de mim. Percebi que serviria de comida para alguém. Estava convencido, por minha linhagem nobre, de que faria parte de um grande almoço de Páscoa em uma casa portuguesa, com certeza!
     Mas a vida reservou-me um triste fim: fui comprado por uma rede de fast-food árabe, virei bolinho de bacalhau e fui vendido em pedacinhos por noventa e cinco centavos cada. 

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Trapezista

Outra atividade do último semestre foi solicitada pelo professor de Linguística. A partir de um trecho de livro que nos fizesse lembrar de algum acontecimento da infância, deveríamos escrever um texto que contasse nossas reminiscências. Escrevi o texto Trapezista, que pode ser lido a seguir.


Já fazia tempo que o menino trocara os carrinhos de madeira, o canudo de mamão, que usava para fazer bolinhas de sabão no ar, as bolinhas de mamona, que usava para brincar de guerra, a bola feita com as meias de seda da mãe, o gosto de falar sobre Fords e Chevrolets, a mania de duplicar lagartixas pelo quintal, mumificar formigas com vela acesa, caçar mosca com copo, apagar a cor das asas das borboletas, arrastar-se em meio aos agapantos do jardim imitando caracol, para uma brincadeira concentrada, que muito desagradava à mãe. Essa de ficar cantarolando pelos lugares. (STAUT, Alexandre. Jazz Band na Sala da Gente. São Paulo: Toada Edições, 2010, p. 23)
  
TRAPEZISTA

            Dor. Era tudo o que eu sentia naquele momento. Minhas costas ficaram vermelhas, ardiam muito! A única coisa que eu ouvia era: “Vou contar tudo para sua mãe, e ela vai bater em você”. Eu respondia: “Não, não conta, por favor! Estou com dor; se eu apanhar, vai doer mais!”.
            Eu deveria ter pensado nisso antes. Mas quem disse que uma criança de seis anos, que sonha em ser artista, que pula sem parar pela casa, que é ativa e gosta de aventuras (mesmo que estas se restrinjam ao quintal de sua casa e dependam mais da sua imaginação que dos recursos disponíveis) vai pensar que alguma coisa divertida pode ser prejudicial a ela antes que aconteça?
            Uma certa emissora de televisão exibia uma novela em que a personagem do ator Marcos Frota era trapezista de circo. Eu, inclusive, já havia assistido a vários espetáculos de artistas do segmento no Circo Garcia. Eu os via e sonhava em, um dia, voar por cima do público como eles faziam. Não, não era meu desejo ser artista circense. Eu queria ser atriz, tinha certeza disso. Porém desejava atuar em um filme em que eu pudesse interpretar uma profissional do trapézio. Eu já via os flashes das câmeras, os olhares apreensivos dos espectadores e ouvia as palmas ao final do espetáculo. Mas precisava treinar, suar a camisa, aprender a verdadeira arte do trapézio. Eu estava mais do que pronta para aquilo (era o que eu achava).
            Minha mãe, naquele dia, saiu para resolver umas coisas e deixou a moça que trabalhava na nossa casa cuidando de mim e do meu irmão. Estávamos no quintal. Como sempre, eu fazia bolinhos de barro, subia na mangueira, corria atrás das formigas, brincava com o cachorro (entrava na casinha dele, aliás, e fingia que era cachorrinha também) e corria para todos os lados.
Até que tive um “estalo”: olhei para o varal à minha frente e “vi” um belo trapézio. Não poderia perder a oportunidade da minha vida. Pensei: “É agora!”. Segurei firme na corda e me joguei com todo o estilo de uma legítima trapezista. Só não contava que o varal fosse arrebentar e que a escada, como ímã, me atrairia para ela, quase arrebentando minhas costas. Sujei toda a minha roupa e ainda tive de ouvir ameaças e gargalhadas do meu irmão caçula.
            Por sorte, a moça desistiu de contar tudo para minha mãe, sob a condição de que eu arrumasse a cama antes da chegada desta. Desisti de vez de querer interpretar uma artista circense, fosse na televisão ou no cinema.
            Atualmente curso Letras. Talvez seja melhor deixar essas aventuras para o romance que estou escrevendo. 

Joana Vermelho e o Pé de Milhão

   No último semestre, uma das atividades da disciplina de Leitura e Produção Textual foi a criação de um texto que dialogasse com um ou mais contos infantis. Escrevi Jona Vermelho e o Pé de Milhão, cuja intertextualidade (diálogo) foi feita com os contos Chapeuzinho Vermelho e João e o Pé de Feijão. O resultado pode ser lido abaixo. 




Joana Vermelho e o Pé de Milhão

         Pela estrada afora, ela não ia bem sozinha, mas muito bem acompanhada por várias notas de dólar. Finalmente seu pai estava vingado; ela, então, levava doces para comemorar com sua avó. Para que o nobre leitor compreenda os fatos, é necessário contar tudo do início.
Tendo sido enganado, o pai de Joana Vermelho morreu e deixou a família em situação difícil. Nossa heroína convenceu a mãe de que era necessário vender a única vaca que possuíam, a fim de que pudessem comer alguma coisa, o que não acontecia há dias. Sua mãe pensou, pensou e decidiu que seria preferível fazer isso a ter de matar e comer a vaquinha, que era praticamente da família. A menina, então, seguiu com o bicho para a cidade, onde encontrou um açougueiro, que ofereceu sementes mágicas a ela. Joana, primeiramente, recusou a oferta, já que aprendeu na escola e em casa que jamais deveria consumir drogas. Mas o homem lhe explicou que as sementes eram de milho, de um milho especial, milho gigante.
Convencida de que aquela seria uma excelente alternativa de sustento, Joana aceitou a oferta e foi correndo para casa. No caminho, ia se perguntando: “Por que será que aquele açougueiro tem os olhos, o nariz e a boca tão grandes?”. Não se demorou muito tempo em suas indagações, pois isso é complicado quando se tem déficit de atenção somado à síndrome do pensamento acelerado.
Chegando a sua casa, contou tudo à mãe, que, furiosa, lançou as sementes longe, chorando e indo dormir com fome. Joana não compreendeu a reação de sua genitora e foi olhar para o horizonte, pela janela. Notou que a semente imediatamente germinou, e o pé de milho começou a crescer no mesmo instante. Viu que ele era enorme, tão grande que atravessava as nuvens e sumia por entre elas.
Mesmo sem aparecer uma fada, a menina se encheu de coragem e escalou pelos milhos gigantes. Já no topo, percebeu que havia ali uma mansão muito luxuosa. Bateu à porta. Uma mulher elegante atendeu e convidou nossa heroína a entrar. Ela entrou; as duas conversaram muito e tomaram chá juntas. O marido da mulher chegou, voltando de Brasília, e esta, com medo de que ele visse a menina ali e se irritasse, escondeu Joana no closet. A pequena observava o homem, escondida, enquanto ele se gabava à mulher por ter conseguido fazer seus companheiros votarem o aumento seus próprios salários em menos de cinco minutos, postergando a votação do aumento do salário mínimo. Foi nesse momento que nossa heroína se deu conta de que aquele era um dos homens que enganaram seu pai, levando-o a um colapso cardíaco. Seu pai havia votado naquele traidor.
Quando o homem e sua esposa dormiram, Joana saiu do armário, no sentido literal da expressão, e descobriu quanta riqueza os dois conquistaram às custas do sacrifício de muitos trabalhadores honestos. Decidiu, então, apoderar-se de tudo o que pudesse naquele momento, a fim de vingar seu pai. Pegou, primeiro, as barras de ouro que eram guardadas no cofre; depois os papéis de ações; documentos de uma conta aberta na Suíça; e, por último, a peça mais importante: uma cueca dobrada com vários dólares dentro. Colocou tudo numa sacola. Naquele instante, o político despertou, viu a menina e pôs-se a correr atrás dela. Ela desceu pelo pé de milho na velocidade cinco, sendo perseguida pelo político. Chegando ao chão, Joana cortou a planta pela raiz, derrubando tudo. O político caiu no chão de cabeça, rachou o crânio e “afogou-se num mar de lama”, entrando em óbito.
Exultante, Joana Vermelho correu para contar a notícia à mãe, que ficou muito feliz e preparou doces para a filha comemorar com a avó. Sua família e as famílias dos milhões de brasileiros trabalhadores e honestos estavam, em parte, vingadas. Restava, agora, plantar outras sementes mágicas e encontrar mais mansões e seus moradores para dar continuidade à vingança.

Minha Vida é uma Produção Audiovisual

   Minha vida não daria um livro. Não mesmo! Gosto de ver e ouvir. Mesmo quando leio, imagino vozes, visualizo mentalmente os objetos, as personagens.
   Minha vida é uma produção audiovisual. Não um videoclipe, que é muito curto; nem um longa-metragem, porque este talvez terminasse "antes do fim". Minha vida é um seriado. "Série de que gênero?", você pergunta. "De quase todos", eu respondo. Não há uma definição para ela, pois há episódios que são de pura aventura; outros tantos são dramáticos; alguns mais parecem ficção; certos momentos são de total comédia; e outros (raríssimos) são comédia romântica.
   Não posso esquecer de incluir nisso tudo o gênero cristão. Afinal, de todo o roteiro da minha vida-seriado, essa é a parte mais relevante da produção. O Autor-Diretor-Produtor, certo dia, olhou para mim lá de cima durante as gravações e fez esta atriz da vida real (que estava em depressão e desejando a morte) lembrar e compreender o significado da morte de Seu Filho na cruz e de Sua ressurreição ao terceiro dia.
   Naquele momento, o roteiro desta produção audiovisual sofreu uma grande reviravolta. E, a partir dali, tudo novo se fez. 
   Não é que os dramas não mais existam, porque eles fazem parte da vida. Jesus disse: "No mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo (João 16:33). Apenas hoje sei que posso recorrer ao Autor da Vida e pedir socorro quando o caos começa a se instalar no set. E, depois de tudo, posso glorificá-lo, tendo ou não as coisas saído ao meu contento, porque importa que seja feita a vontade do Pai.
   E, no decorrer deste seriado, que já está chegando a sua trigésima segunda temporada, sei que continuarei a aprender e a crescer, sempre sustentada pelo Deus Vivo, Aquele que é, que era e que há de vir. Muitas vezes, o roteiro será alterado no meio de uma externa, mas sei que é para que a produção torne-se muito mais interessante, gratificante e recompensadora, porque não há maior cachê que a vida eterna.